MARAVILHA DO UNIVERSO

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Contemple a Maravilha do Universo

sexta-feira, 30 de outubro de 2015

PLUTÃO: O REI DO CINTURÃO DE KUIPER POSSUI DETALHES SINGULARESPlutão em alta resolução

As novas imagens de Plutão mostram um incrível mundo complexo e cheio de detalhes!
novas imagens de Plutão em alta resolução

Uma mistura complexa de crateras, fluxos de gelo, montanhas, vales e dunas formam a belíssima superfície de Plutão. E tudo isso foi registrado com detalhes incríveis pela sonda New Horizons. As novas imagens liberadas pela NASA são ainda mais espetaculares!
"Plutão está nos mostrando uma diversidade de formas, de relevo e uma complexidade que não havíamos visto no Sistema Solar", disse o investigador principal da missão New Horizons, Alan Stern, do Instituto de Pesquisa localizado no Colorado, EUA. "Se antes da sonda chegar em Plutão, um artista tivesse feito uma pintura mostrando esses detalhes, eu provavelmente acharia um exagero... mas é exatamente isso que existe lá."

Tombaugh regio
Plutão em alta resolução: É assim que veríamos Plutão se estivéssemos apenas a 1.800 km acima de sua superfície, na região equatorial.Créditos: NASA / JHU / APL / SRI
 Toda a região capturada nessa imagem tem cerca de 1.800 km de largura, e foi feita a uma distância de 80.000 km , no dia 14 de julho de 2015, quando ocorreu o grande encontro.
O grande coração de Plutão, que ganhou o nome oficial de Região de Tombaugh (em homenagem ao descobridor de Plutão), pode ser visto no mosaico abaixo com uma resolução incrível, mostrando detalhes de até 0,8 quilômetros.
Plutão em alta definição - novas imagens
Esse mosaico foi feito a partir da junção de mais de 20 fotos feitas pela sonda New Horizons, a 80.000 km de distância
Abaixo, podemos ver a mesma imagem, porém com os nomes oficias de suas regiões:

Plutão em alta definição - novas imagens da missão New Horizons
Plutão em alta definição - novas imagens da missão New Horizons
Esse mosaico foi feito a partir da junção de mais de 20 fotos feitas pela sonda New Horizons, a 80.000 km de distância
de Plutão, no dia 14 de julho de 2015, e liberada em 11 de setembro de 2015. Os nomes oficiais das regiões foram inclusos. Créditos: NASA / JHU / APL / SRI / Marco Di Lorenzo / Ken Kremer         
Mais de 50 gigabytes de dados foram coletados durante o período de grande encontro da sonda New Horizons com Plutão, que teve início no dia 14 de julho de 2015. A maior parte dos dados ainda não foi enviada de volta pra Terra, principalmente por conta da limitação na largura da banda dos dois transmissores, que é de apenas 2 kilobytes por segundo.
O que forma as montanhas da Plutão ainda é um mistério. Segundo especialistas da missão, elas devem ser feitas de algo massivo, como rocha ou gelo de água, que são as duas possibilidades mais prováveis. Talvez as rochas teriam afundado para a parte mais interna de Plutão, formando o manto, e isso pode ter feito com que o gelo sobressaísse na superfície, formando a crosta de Plutão, disseram os cientistas da missão.
E se essas imagens já são belíssimas revelações sobre esse mundo distante, devemos nos lembrar que até setembro de 2015, apenas 5 ou 6% dos dados foram recebidos aqui na Terra. A grande maioria ainda está lá no espaço, esperando para ser transmitida para os controladores da missão...
A New Horizons também descobriu que Plutão, apesar de ser um planeta anão, é o maior corpo conhecido além de Netuno: o "Rei do Cinturão de Kuiper". E ele se mostra mais majestoso do que nunca...
Fonte: Universetoday
Imagens: (capa-NASA) / NASA / JHU / APL / SRI / Marco Di Lorenzo / Ken Kremer

domingo, 25 de outubro de 2015

FOI CRIADO UM NOVO ROBÔ DE NOME HEDGEHOG: PARA RASTREAR ASTEROIDES,E COMETAS NO FUTURO

Prototipo de robo hedgehog para explorar asteroides e cometas
O novo robô faz manobras incríveis, e é projetado para explorar terrenos acidentados de baixa gravidade Créditos: NASA / JPL / Stanford
Os pesquisadores testaram recentemente dois protótipos de robôs do tipo "Hedgehog" (ouriço em português), e se tudo correr conforme o planejado, essas pequenas máquinas terão como missão a exploração de locais inacessíveis para sondas convencionais, como a Curiosity, por exemplo. Esses pequenos androides lembram muito os filmes Guerra nas Estrelas, e sua capacidade não deixa nada a desejar...
As sondas com rodas comuns, como aquelas que são enviadas para explorar o terreno de Marte, se saem muito bem em suas tarefas, mas em um ambiente de baixa gravidade, como aqueles encontrados em pequenos corpos (asteroides, cometas...) essas máquinas poderiam estar em perigo, uma vez que qualquer salto acidental teria a chance de lançá-las para o espaço, ou até capotá-las (pobre coitadas!). E é pensando nisso que os engenheiros estão trabalhando em androides ainda mais ousados, como o Hedgehog, por exemplo.
Esse cubo com espetos se movimenta através de giros e freios internos, e ele se mantém preso ao solo, protegendo seu corpo delicado do terreno inóspito.
"Hedgehog é um tipo diferente de robô, que se moveria sobre a superfície através de pequenos saltos, e não com rodas", disse Issa Nesnas, líder da equipe Hedgehog no Laboratório de Propulsão a Jato da NASA (JPL).  "Ele tem o formato de um cubo, e não tem um lado certo pra cair... ele funciona de qualquer maneira. Poderíamos até acoplar nele alguns instrumentos de medição, como termômetro, por exemplo", completou.
Dois protótipos desse modelo foram testados a bordo de uma aeronave da NASA, a C-9, que voa em arcos para simular condições de micro-gravidade por alguns segundos. Durante 180 parábolas ao longo de quatro voos, os manipuladores dos robôs experimentaram diversas formas de movimentá-los em vários tipos de terreno.
E os robôs Hedgehog ainda têm manobras guardadas na manga, como a "guinada" (um giro usando suas pontas), e até uma mais radical chamada de "tornado" (em que o robô pode girar de forma agressiva e se lançar para fora da superfície).
Um dos protótipos foi criado pelo JPL, e o outro pela Universidade de Stanford. O protótipo do JPL pesa aproximadamente 5 kg, enquanto que o protótipo de Stanford é menor e mais leve, com espinhos mais curtos. Além disso, eles freiam de forma diferente: o robô feito pelo JPL usa freios a disco, enquanto que o robô da Universidade de Stanford usa cintos de fricção.
As pesquisas com os robôs Hedgehog já estão na 2ª fase de desenvolvimento do Programa de Conceitos Avançados e Inovadores da NASA, e é liderada por Marco Pavone, professor assistente de aeronáutica e astronáutica da Universidade de Stanford.
O mais curioso é que apesar de não possuir uma face, e de não parecer com nada que já vimos antes, esses androides conseguem ser extremamente simpáticos. Quem é que não queria um desses? Ou melhor: quem é que não gostaria de controlar um androide Hedgehog e explorar a superfície de um asteroide desconhecido? Se tudo der certo, poderemos ao menos observá-lo em operação no futuro...
Fonte: Space / NASA
Imagens: (capa-ilustração/NASA/Stanford/JPL - Edição: Richard Cardial) / NASA / JPL / Stanford

terça-feira, 20 de outubro de 2015

PESQUISADORES IDENTIFICAM AURORA POLAR EM PLANETA FORA DO SISTEMA SOLAR

Brilho luminoso se parece com o das auroras polares, mas é quase um milhão de vezes mais brilhante e tem a cor vermelha (e não verde) como predominante
Brilho luminoso se parece com o das auroras polares, mas é quase um milhão de vezes mais brilhante e tem a cor vermelha (e não verde) como predominante
Aurora foi avistada a 20 anos-luz de distância

Uma equipe internacional de cientistas identificou pela primeira vez um fenômeno semelhante às auroras polares da Terra fora do Sistema Solar. Os cientistas conseguiram detectar uma exposição de luz ao redor de uma anã marrom na constelação de Lira.
Eles dizem que o brilho luminoso se parece com o das auroras polares, mas é quase um milhão de vezes mais brilhante e tem a cor vermelha (e não verde) como predominante.
As descobertas foram divulgadas na publicação científica Nature.
Stuart Littlefair, astrônomo da Universidade de Sheffield, diz que a descoberta é inédita. "Essa é a primeira vez que conseguimos confirmar que estamos vendo auroras em anãs marrons".
Interação de partículas
Auroras brilhantes são alguns dos fenômenos mais deslumbrantes da Terra. Este brilho luminoso também pode aparecer em torno de todos os planetas do nosso Sistema Solar.
Elas ocorrem quando partículas carregadas do Sol interagem com a atmosfera. Mas a anã marrom iluminada, um objeto que é muito pequeno para ter se tornado uma estrela, mas com massa muito grande para ser um planeta, fica bem longe na galáxia.
Chamada LSRJ1835, ela foi vista no observatório de radioastronomia Very Large Array usando os telescópios óticos Hale e Keck.
Os cientistas avistaram o objeto conforme ele rodava rapidamente e observaram como as luzes mudavam. "As mudanças no brilho eram consistentes, o que é algo que você esperaria ver em auroras", explicou Littlefair.
A aurora na anã marrom é majoritariamente vermelha porque as partículas carregadas estão interagindo principalmente com o hidrogênio na sua atmosfera. Na Terra, o brilho esverdeado é causado conforme os elétrons do Sol atingem os átomos de oxigênio.
No entanto, os cientistas ainda estão confusos sobre como aquele show de luzes foi gerado.
BBC/Nasa
As luzes verdes que aparecem na aurora da Terra são causadas pela interação de partículas com o oxigênio da atmosfera
A anã marrom é como uma estrela que 'falhou' e não há outra estrela como o Sol nas proximidades para explodir as partículas carregadas.
"É possível que o material esteja saindo da superfície da anã marrom para produzir seus próprios elétrons", disse Littlefair.
Outra opção é um planeta ou lua ainda não identificados ao redor da anã marrom esteja expelindo material para gerar as luzes.
Algumas auroras de Júpiter são produzidas dessa forma, quando partículas carregadas são emitidas por vulcões em suas luas.
Planeta ou estrela?
A descoberta também está ajudando os cientistas a entender melhor as anãs marrons. Existe algum debate sobre a definição delas como 'estrelas' ou como 'planetas'.
"Se você está trabalhando com anãs marrons, faz diferença se você os considera estrelas pequenas ou planetas grandes", afirma Littlefair.
"Nós já sabemos por observações em anãs marrons que eles têm nuvens na atmosfera. Agora, sabemos que elas também têm auroras, então temos uma razão ainda maior para considerar uma anã marrom como uma versão de maior escala dos planetas do que uma versão de menor escala de estrelas."

quinta-feira, 15 de outubro de 2015

PORQUE É COMUM OBSERVARMOS VÊNUS AO LADO DA LUA

Lua esconde o planeta Vênus no céu de Porto Alegre

Vênus é o planeta que possui a órbita mais próxima à da Terra. Nem sempre ele está ao lado da Lua, mas esses dois corpos podem ser vistos juntos com alguma frequência por quem costuma observar o céu.
Como Vênus está mais perto do Sol que a gente, o período que ele leva para dar uma volta ao redor da estrela é menor que o nosso: "Um ano de Vênus dura apenas 225 dias, então, seu movimento no céu, quando observado da Terra, repete-se mais rapidamente que o dos outros planetas", explica o astrônomo Othon Winter, do grupo de dinâmica orbital e planetologia da Unesp (Universidade Estadual Paulista) de Guaratinguetá.
"O Sol, a Lua e os planetas do Sistema Solar sempre aparecem no céu terrestre numa faixa específica chamada eclíptica, onde se encontram as 12 constelações do zodíaco e mais a constelação do Ofiúco (que deveria ser o 13° signo)", detalha o professor de física Dulcidio Braz Jr, autor do blog Física na Veia!. Ou seja: nunca é possível observar um planeta fora dessa faixa, como, por exemplo, perto do Cruzeiro do Sul, uma constelação típica do Hemisfério Sul.
"Vez ou outra esses astros podem estar em conjunção, ou seja, quase alinhados com a Terra. Vistos por nós (especialmente a olho nu, situação em que não temos como estimar as distâncias reais dos mesmos), eles parecem estar próximos no céu", complementa. Um exemplo recente, registrado em junho, foi o "encontro" entre Vênus e Júpiter.
O físico também conta que a órbita interna de Vênus é semelhante à da Terra, o que faz nosso vizinho apresentar fases: "Vênus pode nos mostrar a sua face totalmente iluminada (como uma Lua Cheia) ou em fases de iluminação parcial, como a Lua Crescente ou Minguante". O fenômeno inclusive foi descrito por Galileu Galilei em 1609. 
Estrela Dalva
Vale lembrar que Vênus, o segundo planeta do Sistema Solar, está sempre visualmente perto do Sol, assim como Mercúrio, o primeiro e mais próximo da nossa estrela-mãe. Por isso, Vênus e Mercúrio sempre serão vistos assim que o Sol se põe ou antes que ele nasce: "Quando o Sol está acima do horizonte do observador, seu brilho intenso ofusca a nossa visão de Mercúrio e Vênus", justifica o professor.
A característica descrita acima é o que faz Vênus ser conhecido popularmente como Estrela Dalva (do alvorecer). Mas por que "estrela"? Bem, é que todos os planetas do Sistema Solar, a olho nu, têm aparência de um ponto brilhante - por não ter luz própria, eles refletem a luz solar, conforme explicam Braz Jr e Winter.
Só quem observa o céu há bastante tempo e tem familiaridade com os astros sabe distinguir um planeta de uma estrela. "Se observarmos o céu por um período maior, por vários dias seguidos e preferencialmente por meses, notaremos que os pontinhos que são planetas viajam sobre o fundo fixo de estrelas", descreve o autor do Física na Veia!, lembrando que não conseguimos perceber o movimento das estrelas daqui da Terra porque elas estão muito distantes. Quem conhece bem os planetas sabe, por exemplo, que Marte é um pontinho bem alaranjado.
O blogueiro ainda comenta que, dentro da eclíptica, os planetas podem passear sobre as estrelas em movimentos que são verdadeiras laçadas aparentes no céu. Astrônomos antigos já observavam esse fenômeno - o termo "planeta", aliás, significa "astro errante", justamente por causa desse movimento diferente desses astros sobre o fundo fixo de estrelas.
Só ao observar os planetas com uma luneta ou um telescópio é que podemos identificar um pequeno círculo ao invés de um ponto com aspecto de estrela. "A única estrela que vemos como uma esfera é o nosso Sol porque está bem perto de nós (cerca de 150 milhões de quilômetros, o que astronomicamente é logo ali)", relata Dulcidio. Já Alfa Centauro, a estrela mais próxima da Terra depois do Sol, a 4,2 anos-luz daqui, será vista sempre como um ponto luminoso, independente da observação ser a olho nu ou com instrumentos de pequeno, médio ou grande porte.
Outros planetas
A olho nu, podemos ver cinco planetas do Sistema Solar: Mercúrio, Vênus (sempre ao entardecer ou amanhecer), Marte, Júpiter e Saturno (em qualquer horário durante o período sem a luz do Sol, dependendo da data). "Vemos exatamente os planetas mais perto do Sol e, portanto, mais próximos da Terra", diz o físico.
Com telescópios, mesmo de pequeno porte, podemos ver todos os planetas do Sistema Solar. Mas Urano e Netuno, apesar de gigantes gasosos, são de difícil observação porque estão muito mais distantes que os demais planetas.
"Plutão, que nem é mais classificado como planeta, é muito distante e minúsculo. Só pode ser visto com telescópios poderosos e, mesmo assim, será uma minúscula esfera sem graça", completa o professor. Não é à toa que a missão New Horizons, da Nasa (agência espacial norte-americana) gerou tanta expectativa entre os astrônomos.
Quer ver?
Quando Vênus está mais perto da Terra, ocasião em que apresenta fases parecidas com a Lua Crescente ou Minguante, o planeta fica sempre muito brilhante e pode ser visto até mesmo com o céu ainda escurecendo ou clareando, de acordo com Dulcidio. "Basta procurar um pouco acima do horizonte oeste, onde o Sol acabou de se esconder (se for no entardecer), ou pouco acima do horizonte leste, onde o Sol vai nascer em breve (se for ao amanhecer)", ensina.
Para aprender a olhar o céu e reconhecer os astros, distinguindo planetas de estrelas, é possível contar com a ajuda de vários aplicativos para smartphones, tablets e computadores. "Você tem que simular o céu na telinha e, com paciência, comparar o céu simulado com o céu verdadeiro, até ir adquirindo prática e familiaridade com o firmamento", avisa Dulcidio. É preciso ter persistência, como um astrônomo de verdade. Mas ele garante que vale a pena
O professor e blogueiro diz que usa bastante o Stellarium, planetário para desktop, open source e freeware, que roda várias plataformas, incluindo Windows e Mac. "Tem excelente qualidade gráfica e, embora não seja profissional, tem aceitável precisão nas simulações e ajuda bastante a entender o céu e o movimento aparente dos astros. Dá para rodar o software acelerando o tempo para entender em poucos minutos o que acontece no céu em dias e até anos. Também dá para ir para frente e para trás no tempo."
Braz Jr só faz uma advertência para quem vai começar a se aventurar na observação do céu: "Cuidado com o Sol!" Mesmo a olho nu é preciso utilizar um filtro específico. Tentar a proeza com instrumentos ópticos leva é cegueira na certa. 

sábado, 10 de outubro de 2015

BURACOS NEGROS SUPERMASSIVOS PRÓXIMOS DA TERRA SÃO DESCOBERTOS

Usando o Telescópio Espacial Hubble, da NASA, astrônomos descobriram que Markarian 231 (Mrk 231), a galáxia mais próxima da Terra com um quasar, é alimentada por dois buracos negros centrais que giram furiosamente um sobre o outro. A novidade foi publicada no “The Astrophysical Journal. A descoberta sugere que os quasares – os núcleos brilhantes das galáxias ativas – podem frequentemente sediar dois buracos negros supermassivos centrais que giram um ao redor do outro, como resultado da fusão entre duas galáxias. Como um par de patinadores, a dupla de buracos negros gera enormes quantidades de energia, o que faz com que o núcleo da galáxia hospedeira ofusque o brilho da população de bilhões de estrelas da galáxia, o que os cientistas identificam como quasares.
Os cientistas analisaram arquivos de observações do Hubble da radiação ultravioleta emitida do centro de Mrk 231 para descobrir o que eles descrevem como “propriedades extremas e surpreendentes. Se apenas um buraco negro estivesse presente no centro do quasar, todo o disco de acreção feito do gás quente que existe ao redor brilharia em raios ultravioletas. Em vez disso, o brilho ultravioleta do disco de poeira cai abruptamente em direção ao centro. Isso fornece evidências observacionais que o disco tem um grande buraco – como o de uma rosquinha – que rodeia o buraco negro central. A melhor explicação para os dados de observação, com base em modelos dinâmicos, é que o centro do disco é esculpido pela ação de dois buracos negros que orbitam entre si. O segundo e menor buraco negro orbita na borda interna do disco de acreção e tem seu próprio mini-disco com um brilho ultravioleta.
Novos métodos de pesquisa de buracos negros
“Estamos muito animados com esse achado, porque não só mostra a existência de um buraco negro binário perto de Mrk 231, mas também abre uma nova maneira de pesquisar sistematicamente buracos negros binários via a natureza de sua emissão de luz ultravioleta”, disse Youjun Lu, dos Observatórios Astronômicos Nacionais da China, da Academia Chinesa de Ciências. A estrutura do nosso universo, como aquelas galáxias gigantes e aglomerados de galáxias, cresce através da fusão de sistemas menores em outros maiores, e os buracos negros binários são consequências naturais dessas fusões de galáxias”, acrescenta o copesquisador Xinyu Dai, da Universidade de Oklahoma, nos Estados Unidos.
Estima-se que o buraco negro central tenha 150 milhões de vezes a massa do nosso sol, e o seu companheiro tenha outras 4 milhões de massas solares. A dupla dinâmica completa uma órbita em torno de si a cada 1,2 anos. O buraco negro de menor massa é o remanescente de uma galáxia menor que se fundiu com Mrk 231. A evidência de uma fusão recente vem da assimetria da galáxia hospedeira, e as longas caudas de maré de jovens estrelas azuis.
O resultado da fusão tem sido fazer da Mrk 231 uma galáxia altamente energética, com uma taxa de formação estelar 100 vezes maior do que a nossa Via Láctea. Os gases que caem no buraco negro o alimentam, provocando fluxos de saída e de turbulência que incitam essa tempestade de nascimento de estrelas. A previsão é de que os buracos negros binários espiralem juntos e colidam dentro de algumas centenas de milhares de anos. Mrk 231 está localizado a 600 milhões de anos-luz de distância da Terra.
Fonte: Phys.org

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

GÊMEO DE JÚPITER DESCOBERTO EM TORNO DE GÊMEA DO SOL

Uma equipe internacional de astrônomos utilizou o telescópio de 3,6 metros do ESO para identificar um planeta como Júpiter a orbitar uma estrela do tipo do Sol, HIP 11915, à mesma distância da estrela que Júpiter do Sol. De acordo com as teorias atuais, a formação de planetas com a massa de Júpiter desempenha um papel importante na arquitetura de sistemas planetários. A existência de um planeta com a mesma massa e numa órbita semelhante à de Júpiter em torno de uma estrela do tipo do Sol abre a possibilidade de que o sistema planetário em torno desta estrela seja semelhante ao nosso próprio Sistema Solar. HIP 11915 tem aproximadamente a mesma idade que o Sol e, adicionalmente, a sua composição semelhante à do Sol sugere que possam existir também planetas rochosos em órbitas mais próximas da estrela.
Até agora, os rastreios de exoplanetas têm sido mais sensíveis a sistemas planetários que são povoados nas suas regiões mais internas por planetas massivos, com massas de, no mínimo, algumas vezes a massa da Terra. Este aspecto contrasta com o Sistema Solar, onde  existem pequenos planetas rochosos nas regiões interiores e gigantes gasosos como Júpiter mais para o exterior.
De acordo com as teorias mais recentes, a arquitetura do Sistema Solar, tão propícia ao desenvolvimento de vida, foi possível graças à presença de Júpiter e da sua influência gravitacional exercida no Sistema Solar durante a fase da sua formação. Este fato leva-nos a crer que encontrarmos um planeta gêmeo de Júpiter é um marco importante na busca de um sistema planetário que seja semelhante ao nosso.
Uma equipe liderada por brasileiros tem observado estrelas do tipo do Sol numa tentativa de encontrar um sistema planetário semelhante ao nosso. A equipe descobriu agora um planeta com uma massa muito semelhante à de Júpiter, em órbita de uma estrela do tipo do Sol, HIP 11915, e quase exatamente na mesma posição que Júpiter ocupa no nosso Sistema Solar. A nova descoberta foi feita com o auxílio do HARPS, um dos instrumentos mais precisos a detectar exoplanetas, montado no telescópio de 3,6 metros do ESO no Observatório de La Silla, no Chile.
Embora já se tenham descoberto muitos planetas semelhantes a Júpiter a uma variedade de distâncias de estrelas do tipo solar, o planeta recentemente descoberto, tanto em termos de massa como de distância à sua estrela hospedeira, e em termos de semelhança entre esta estrela e o nosso Sol, é o análogo mais preciso encontrado até agora do Sol e de Júpiter.
A hospedeira do planeta, a gêmea solar HIP 11915, não é apenas semelhante ao Sol em termos de massa, mas tem também aproximadamente a mesma idade. Fortalecendo ainda mais as similaridades, a composição desta estrela é semelhante à do Sol. A assinatura química do nosso Sol pode estar parcialmente marcada pela presença de planetas rochosos no Sistema Solar, o que aponta por isso para a possibilidade de existência de planetas rochosos em torno de HIP 11915.
De acordo com Jorge Melendez, da Universidade de São Paulo, Brasil, líder da equipe e co-autor do artigo científico que descreve estes resultados, “a procura de uma Terra 2.0 e de um Sistema Solar 2.0 completo, é um dos esforços mais excitantes da astronomia. Estamos muito entusiasmados por fazer parte desta investigação de vanguarda, tornada possível pelas infraestruturas observacionais disponibilizadas pelo ESO.”
Megan Bedell, da Universidade de Chicago e autora principal do artigo científico, conclui: “Após duas décadas de busca de exoplanetas, estamos finalmente vendo planetas gigantes gasosos de período longo semelhantes aos do nosso próprio Sistema Solar, graças à estabilidade de longo termo de instrumentos “caçadores de planetas” como o HARPS. Esta descoberta é, em todos os aspectos, um sinal muito estimulante de que existem outros sistemas solares à espera de serem descobertos.”
São necessárias observações de acompanhamento para confirmar e delimitar a descoberta, mas HIP 11915 é, até agora, uma das mais promissoras candidatas a abrigar um sistema planetário semelhante ao nosso.