Astrônomos encontraram pela primeira vez um aglomerado estelar que contém dois buracos negros ao mesmo tempo. A descoberta desafia as teorias astronômicas vigentes hoje.
Buracos negros são concentrações com massa tão densa que nem a luz escapa deles. Eles são formados após a explosão de estrelas de grande massa em supernovas.
A teoria mais aceita até hoje diz que centenas de buracos negros podem se formar ao longo da história de um aglomerado estelar, mas que a força gravitacional interage entre eles. Os menores buracos negros seriam expulsos, de forma que só poderia restar um em cada aglomerado.
Essa teoria foi posta em xeque com o estudo publicado nesta quarta-feira (3) pela prestigiada revista científica "Nature". No aglomerado M22, localizado na Via Láctea " mesma galáxia em que fica a Terra ", a equipe de Jay Strader, da Universidade do Estado de Michigan, nos Estados Unidos, esperava encontrar um buraco negro de médio porte, mas acabou identificando dois buracos negros menores " cada um tem entre 10 e 20 vezes a massa do nosso Sol.
"Quando restam poucos buracos negros, não acho que interajam entre eles e se expulsem tão rapidamente, por isso que alguns permanecem mais tempo do que se pensava até agora", sugeriu Strader, em entrevista à Agência EFE.
O astrônomo acredita que ainda haja outros buracos negros " até cem " no mesmo aglomerado, mas, por enquanto, só conseguiram medir esses dois. A detecção foi feita com o VLA, um conjunto de observatórios situado no estado americano do Novo México. Foi a primeira vez que sinais de rádio foram usados para identificar um buraco negro, em vez da técnica mais comum, de raios-X.
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