MARAVILHA DO UNIVERSO

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domingo, 17 de julho de 2011

SUPERNOVA PRODUZ POEIRA SUFICIENTE PARA FORMAR 200.000 PLANETAS TERRAS

 informações da ESA 
Supernova produz poeira suficiente para formar 200.000 terras
No Universo primitivo havia uma grande quantidade de supernovas, pelo que esta teoria poderia ajudar a compreender as primeiras etapas da evolução do Universo. [Imagem: ESA]




Pó para 200.000 terras
O telescópio espacial Herschel, da ESA, descobriu que grandes explosões estelares podem dar origem a uma quantidade de pó interestelar muito maior do que se imaginava.
Juntamente com as nuvens de gás, este pó forma a matéria-prima com que se formarão novas estrelas, planetas e, em última análise, a vida.
Esta descoberta pode ajudar a resolver um dos principais enigmas da formação do Universo.
Os astrônomos conseguiram estimar a quantidade de pó a partir do brilho dos restos de uma supernova.
Surpreendentemente, verificou-se que havia mil vezes mais poeira do que se pensava que podia resultar de uma explosão com estas características - o suficiente para dar origem a cerca de 200.000 planetas do tamanho da Terra.
Origem do pó interestelar
Compreender a origem do pó interestelar é uma questão chave no estudo do Universo. Os átomos mais pesados, tais como o carbono, o silício, o oxigênio ou o ferro, não foram produzidos durante o Big Bang, pelo que a sua origem deve estar relacionada com algum fenômeno posterior.
Apesar de estes átomos constituírem apenas uma pequena fração da massa do Universo e do nosso Sistema Solar, eles são os principais componentes dos planetas rochosos como a Terra e da vida em si: grande parte dos átomos do nosso corpo fez parte, em algum momento, do pó interestelar.
No entanto, ainda não se compreende bem como é que se gera este pó, principalmente no Universo primitivo.
Supernova produz poeira suficiente para formar 200.000 terras
Esta descoberta foi feita enquanto o Herschel estudava a radiação da poeira fria na Grande Nuvem de Magalhães, uma pequena galáxia próxima da Via Láctea. [Imagem: ESA - C. Carreau]
Resto de supernovas
Mas agora há uma pista. As teorias atuais sugerem que grande parte do pó interestelar é gerado através da condensação dos gases quentes expelidos pelas gigantes vermelhas que podemos observar no Universo atual, de forma semelhante à formação da fuligem numa chaminé.
No entanto, este tipo de estrela não existia no Universo primitivo, apesar de haver grandes quantidades de pó.
Com o Herschel ficou demonstrado que as supernovas também podem ser uma ótima fonte de pó interestelar. Os grãos de pó poderiam ser o resultado da condensação dos resíduos gasosos da explosão, durante o arrefecimento provocado pela expansão.
No Universo primitivo havia uma grande quantidade de supernovas, pelo que esta teoria poderia ajudar a compreender as primeiras etapas da evolução do Universo.
"Estas observações são a primeira prova direta de que as supernovas podem gerar o pó interestelar que detectamos nas galáxias mais jovens", explica Göran Pilbratt, cientista do Projeto Herschel, da ESA. "É um resultado muito importante, que demonstra uma vez mais as vantagens de contar com uma janela aberta para o Universo."
Supernova 1987A
Esta descoberta foi feita enquanto o Herschel estudava a radiação da poeira fria na Grande Nuvem de Magalhães, uma pequena galáxia próxima da Via Láctea. A poeira fria emite radiação na banda do infravermelho distante, o que torna o Herschel, concebido para estudar esta banda de frequências, o telescópio perfeito para detectar a sua presença.
O Herschel observou uma fonte de radiação infravermelha na supernova 1987A, uma explosão estelar detectada na Terra pela primeira vez em Fevereiro de 1987, e a mais próxima do nosso planeta nos últimos 400 anos.
Desde então, os astrônomos têm estudado os resquícios da explosão, à medida que a onda da supernova atravessa a galáxia. As imagens obtidas pelo Herschel são as primeiras observações claras da SN1987A em infravermelho distante. Aí pode detectar-se a presença de grãos de pó a cerca de -250°C, emitindo 200 vezes mais energia que o nosso Sol.
"Os restos da supernova são muito mais brilhantes no infravermelho do que esperávamos", nota Mikako Matsuura, da Universidade College London, autor principal do artigo que apresenta esta descoberta.

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