O lançamento de um novo telescópio espacial de raios X da Nasa, previsto para os próximos meses, será como colocar óculos corretivos na visão que os astrônomos tinham de parte dessa faixa do espectro luminoso.
Com isso, observações sem precedentes dos arredores de misteriosos objetos, como os buracos negros, serão possíveis, abrindo uma nova janela para o estudo do Universo.
O chamado espectro eletromagnético é o termo técnico usado para designar as variações que podem existir na luz. Dependendo da frequência, ela pode ser classificada como micro-onda, rádio, infravermelho, visível (a que vemos a olho nu), ultravioleta, raios X e raios gama.
Cada uma dessas faixas revela coisas diferentes sobre os objetos observados --daí a importância de cobrir o máximo do espectro possível com vários telescópios e instrumentos diferentes quando se quer estudar o Cosmos.
Já há outros satélites disponíveis capazes de estudar raios X, como o XMM-Newton e o Chandra (certamente o mais famoso deles). Contudo, eles trabalham apenas com os ditos "raios X moles", com níveis de energia mais modestos. Quanto aos chamados "raios X duros", que têm nível energético até dez vezes maior, as observações hoje são muito escassas.
SEM MÁSCARA
"Até agora, nessa faixa de energia, o imageamento era feito por uma técnica chamada de máscara codificada, que gera imagens de baixa resolução espacial, muito borradas, por assim dizer", disse à Folha Gastão Bierrenbach Lima Neto, astrônomo do IAG (Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas) da USP e especialista em observações de raios X.
"O Nustar é um grande passo à frente porque ele é capaz de fazer imagens nítidas."
"É como se uma pessoa supermíope passasse a enxergar direito", resume Cassio Leandro Barbosa, astrônomo da Univap (Universidade do Vale do Paraíba).
Com isso, o Nustar enxergará alguns dos fenômenos mais energéticos do Cosmos com uma clareza sem igual.
Entre os principais alvos de observação estão os núcleos ativos de galáxias (que possuem imensos buracos negros em seu centro) e os arredores de estrelas de nêutrons e buracos negros estelares.
Esses corpos celestes são os objetos astrofísicos mais densos que os cientistas conhecem, nascidos do colapso de estrelas de alta massa que esgotaram seu combustível. "Muita coisa nova será descoberta", diz Lima Neto.
Em termos de design, ele é bem diferente do Chandra e do XMM. "A área coletora [de luz] é significativamente menor do que a desses dois telescópios, mas a faixa de energia é muito mais ampla", diz João Braga, pesquisador do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) que trabalha num satélite brasileiro de raios X. "Isso vai propiciar um enorme potencial de descobertas."
Espera-se que o Nustar faça um censo detalhado dos buracos negros e enxergar, mapeando todos os tipos existentes. Desde os pequenos --resultantes da detonação de uma única estrela-- até os supermaciços, moradores dos centros galácticos e com massa equivalente a até bilhões do nosso Sol.
daqui uns anos o sol vai engolir todos o planetas e vai ficar um coisa bem colorido
ResponderExcluirMas nao se esqueça é daqui 500 mil anos
È com certeza talvez bem antes...rs Obrigado pelo seu comentário.
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